A definição de amor, segundo opiniões pessoais, pode variar bastante de uma pessoa para outra. Na minha visão, o amor é um sentimento que te faz querer o bem de outra pessoa — algo que envolve fidelidade, respeito, empatia, segurança e, acima de tudo, o desejo genuíno de ver a felicidade de quem você ama.
Existem muitas formas de amar. Acho que já experimentei várias delas, e entre todas, o amor romântico foi o mais carrasco e doloroso.
Nunca me propus a falar sobre isso abertamente. Quer dizer, alguns amigos conhecem minhas opiniões, mas não sabem exatamente o que penso ou sinto de verdade.
Na adolescência, me apaixonei muitas vezes. Como dizem por aí, eu era muito "emocionada". Acreditava firmemente que amava todas aquelas pessoas, mas hoje percebo que era apenas paixão. Não amei nenhum deles de verdade.
Acredito que o amor entre amigos e entre amantes pode ser muito parecido. A diferença está na forma como nos relacionamos na intimidade e nos planos de vida. O amor entre amantes costuma ter uma intimidade mais profunda e envolve sonhos e projetos que são bem diferentes dos que temos com amigos.
Nossa, acho que toquei num assunto que renderia um texto enorme. Mas a verdade é que minha experiência com o amor é pequena. Amo muito meus amigos, mas romanticamente, só tive uma única experiência — e foi tortuosa, tóxica, deixou marcas que carrego até hoje. Já faz cinco anos que estou solteira, e desde então sinto dificuldade em me abrir para uma vida a dois.
Agora vem a parte problemática. Eu costumava sonhar com uma família. Fui criada em uma igreja, e esse desejo foi inserido em mim desde cedo. Mesmo depois de muitos anos longe da igreja, ainda era algo que eu queria. Quando finalmente me aventurei, me dediquei ao máximo: aguentei muita coisa, investi tempo, energia, amor. Fiz tudo o que podia. E ainda assim, tudo deu errado. Com o tempo, comecei a me questionar se aquele era realmente o meu sonho, ou apenas algo que me ensinaram a desejar. Eu acreditava de verdade que só seria feliz daquele jeito. Por isso, o fim do relacionamento me despedaçou — mesmo tendo sido um relacionamento ruim.
O tempo me ensinou muitas coisas. Uma delas foi a diferenciar o que eu realmente quero do que apenas fui convencida a querer.
E agora, aqui estou eu, refletindo e tentando entender onde esse texto vai me levar. No fundo, só queria dizer que me apaixonei por um amigo e ele não faz ideias dos sentimentos que tenho por ele. No início, achei que fosse algo passageiro, mas, com o tempo, percebi que o amo de verdade. Ele, por sua vez, segue sua vida de maneira independente, com outras relações e compromissos. Curiosamente, isso não me incomoda de forma direta. Ao contrário do que muitos podem esperar, a minha maior fonte de ciúmes não vem das outras pessoas com quem ele se relaciona, mas da convivência dele com outros amigos. Não entendo bem por que isso acontece.
O fato é que me preocupo com o bem-estar dele. Ele é a primeira pessoa para quem quero contar os absurdos do meu dia. Os sentimentos que carrego por ele se encaixam completamente na minha definição pessoal do que é amor. Mas, ao mesmo tempo, fico me perguntando: isso é amor romântico ou a mais sincera — e talvez a mais bela — de todas as amizades? Parte de mim sente atração física, mas não sei se quero um relacionamento que envolva algum tipo de intimidade física com ele. Também há a questão de termos opiniões um pouco diferentes sobre o que deveria ser um relacionamento e, sendo bem sincera, não acho que o sentimento seja recíproco da parte dele, pois não acredito que sou o tipo de pessoa por quem ele se sinta atraído de forma romântica. Acredito que a relação que temos sempre será de grandes e bons amigos.
Em última análise, o amor é um sentimento que deve ser vivido de maneira autêntica, sem pressões externas ou idealizações.