Esses últimos dias têm sido bem complicados para mim. Muita coisa aconteceu em um curto espaço de tempo, e minha saúde acabou sentindo os efeitos — em grande parte, por causa de uma combinação de medicações. Já faço uso contínuo de remédios controlados para tratamento neurológico (não sei se já comentei isso por aqui), e, recentemente, precisei tomar antibióticos para tratar uma sinusite. A interação entre os medicamentos foi, literalmente, uma bomba para o meu corpo.
No meio desse caos, fui forçada a parar. Precisei ficar de cama por alguns dias, tentando me recuperar. E, nesse tempo em que o corpo enfraquece, a mente insiste em vagar. Me vi fazendo questionamentos um tanto filosóficos sobre quem eu sou e para onde estou indo.
Esse texto, aliás, nasceu sem muito propósito. Comecei a escrever com a esperança de que alguma inspiração surgisse e me desse um tema central. A verdade é que senti apenas a necessidade de colocar tudo para fora — escrever como forma de alívio.
Estar doente na fase adulta, ao contrário do que se pensa, não é apenas desconfortável. É quase um filme de terror. Quando criança, ficar doente também era ruim, claro — mas havia algo de reconfortante na atenção que se recebia. Sempre fui uma criança invisível, daquelas que não causavam preocupação, que passavam despercebidas até na própria história. E, justamente por isso, às vezes até achava interessante esse momentâneo protagonismo causado por uma febre ou dor de garganta.
Hoje em dia, no entanto, tudo mudou. Ficar de cama é um tormento. Detesto ser o centro das atenções, tenho mil pendências para resolver, trabalhos da faculdade acumulando, provas chegando... sem falar que sou mãe solo. Parar simplesmente não é uma opção viável. Mas, como nem tudo está sob meu controle, me resta tentar me recuperar da melhor forma possível para que a vida volte a andar.
É impressionante como a gente só percebe o valor da saúde quando a perde. No ritmo acelerado do cotidiano, esquecemos o quanto é essencial simplesmente estar bem. Como dizem os mais velhos: só damos valor quando perdemos.
E, pensando bem, aqui está o tema deste texto: os desafios de estar doente na fase adulta e o valor que damos às coisas apenas quando elas nos faltam. Esse assunto daria um texto longo, cheio de reflexões existenciais, críticas sociais, talvez até com algumas frases motivacionais. Mas, sendo bem sincera, não tenho energia para tanto hoje.
É uma noite de segunda-feira. Ainda sinto dores até nas pontas dos dedos. Só quero voltar a me sentir bem.
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