Não vivo a vida que escolhi, não degusto a comida que comprei e muito menos desfruto da água ou da energia que paguei. Muito pelo contrário: sinto-me como uma exploradora de vidas alheias.
Estou nessa jornada há algum tempo e nunca esperei que fosse um caminho fácil; me preparei desde o início. Mas aqui estou eu, me entregando. Algumas pessoas vão me perguntar: Por que você está desistindo? Bem, soltar a corda não é simples, e existem camadas por trás dessa decisão.
Sei que as pessoas podem questionar o fato de eu viver assim, mas ao menos consegui investir nos estudos. Mais uma cilada. Se eu soubesse que a faculdade não me daria qualquer suporte ao destrancar o curso, nem teria voltado. Sou obrigada a cursar cerca de oito disciplinas por semestre, praticamente em horário integral, o que torna impossível conseguir até mesmo um estágio.
Já é complicado o suficiente viver nesse marasmo, consumida pela saúde instável, pela sensação de fracasso e nocauteada pela graduação. E então vem a pessoa que deveria ser minha base — todos os dias tem algo negativo a dizer sobre minha personalidade ou sobre os erros que cometi e, sempre que pode, me relembra que sou um peso. Tudo isso foi se tornando uma grande massa dentro de mim, algo agarrado na minha garganta. Meu corpo vacila a cada dia e tudo o que sinto é uma tristeza intensa.
Eu não quero mais viver à sombra de outra pessoa. Quero minhas próprias decisões. Estou soltando a corda. Deixando para trás aquilo que me machuca e buscando um novo começo — um lugar onde eu pare de me guiar pelas escolhas alheias e possa, finalmente, ser eu mesma.
Tenho plena consciência de que não será fácil, até porque caminhos fáceis não existem. Toda jornada possui seus desafios. Eu tenho medo do que me aguarda, mas não tenho mais medo de decisões ruins. A essa altura da minha vida, depois de tanta escolha equivocada, bem… mais uma não será o meu fim. O que eu quero agora é a liberdade de ser líder da minha própria vida, e não o fardo de alguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário