quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Aqui

Não tem sido um início de mês fácil. Enganei muitas pessoas porque não tive coragem de expressar o que realmente está dentro de mim.
Alguns diriam que tudo bem passar por tempos difíceis, mas eu sinto que estou sempre atravessando uma temporada difícil na minha vida.

Ultimamente, passei a me questionar sobre o que, ou quem eu sou, onde quero chegar e o que tenho feito além de simplesmente viver por viver. Achei um pouco patético ter uma crise de identidade nessa altura da vida.

Gostaria, de verdade, de compreender coisas simples, como o sentido de continuar vivendo quando tudo o que eu queria era desistir de tudo. Por que eu continuo, se há tantas pessoas que merecem muito mais viver do que eu?
Não tenho respostas concretas para essas perguntas. O que sei é que cheguei até aqui e nem sei se devo me vangloriar por isso. Sinceramente, eu nunca achei que passaria dos 25; sempre imaginei que cairia em algum ponto dessa estrada. Mas, afinal, a que custo eu cheguei até aqui?

Compreender, então se achar; se entender, e talvez não precisar mais questionar o real sentido de viver.
Viver sem a liberdade de ser quem eu sou, ou quem eu acredito ser. Preciso abrir mão de mim todos os dias para que as coisas sigam, enfim, o trilho “correto”.

Viver e tomar meus remédios para que a crise convulsiva não me apague no meio da rua.
Viver e cursar uma graduação qualquer, porque isso vai encher os outros de orgulho.
Viver e ser completamente dependente de outras pessoas, porque me sinto um fracasso, em forma de filha, de mãe, de mulher, de ser humano.

A que custo eu cheguei até aqui, se não sou capaz de caminhar sozinha?

Vejo os dias passando, o mundo girando, as pessoas correndo… e eu, parada.
Mas, ainda assim, eu cheguei aqui.

Eu não consigo entender o porquê, nem como cheguei.
Mas, de alguma forma, aqui estou.

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